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Artigos Segunda-feira, 21 de Outubro de 2024, 14:21 - A | A

Segunda-feira, 21 de Outubro de 2024, 14h:21 - A | A

CULTURA EMPREENDEDORA

O empreendedorismo é uma poderosa ferramenta para a inclusão e o empoderamento feminino

ASN Nacional

A convite da BRICS WBA Brasil e da Confederação Nacional da Indústria, a diretora de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Margarete Coelho, compôs o Júri Especialista do Concurso de Startups Femininas, cuja premiação aconteceu nessa sexta-feira (18), como parte da programação da Sessão Anual da Aliança Empresarial de Mulheres do BRICS e do Fórum Empresarial do BRICS, em Moscou, na Rússia. A competição é uma iniciativa da Aliança Empresarial de Mulheres do BRICS+ (BRICS WBA), que inclui lideranças femininas de África do Sul, Brasil, Rússia, Índia, China, Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã.

Confira a entrevista da diretora à Agência Sebrae de Notícias:

ASN: Diretora, além do concurso, como o Sebrae participou do Encontro Anual da Aliança Empresarial de Mulheres do BRICS?

MC: Como uma das principais instituições de apoio às empreendedoras no Brasil, o Sebrae esteve presente no Encontro Anual da Aliança Empresarial de Mulheres do BRICS, na Rússia, que começou no dia 17 de outubro. Estivemos lá com as lideranças de algumas das principais economias do mundo para debater assuntos como desenvolvimento sustentável, investimentos, comércio e segurança alimentar. Mais especificamente, minha agenda incluiu um painel no Fórum Empresarial do BRICS, reuniões de grupos de trabalho da Aliança Empresarial de Mulheres (WBA BRICS) com os temas “Indústrias criativas” e “Desenvolvimento inovador”, além da cerimônia premiação do Concurso de Startups Femininas, do qual participo do júri.

ASN: Além do júri, qual é o papel do Sebrae na seleção das empreendedoras que estiveram em Moscou?

MC: As duas startups brasileiras – a Mundi Game e a Pluvi – que participaram da final do concurso foram selecionadas entre 147 empresas brasileiras dentre as mais de 1.000 inscritas de 28 países, grande parte da base de startups do Sebrae. Além de ter integrado o Júri Especialista, que é um órgão de representação pública formado pela WBA para avaliar os projetos das finalistas, acompanhei as empreendedoras brasileiras em visitas técnicas a empresas russas, entre elas, a farmacêutica Velpharm-M e a instituição financeira líder global SBER.

Divulgação

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ASN: Qual é a importância desse concurso para as empreendedoras brasileiras?

MC: Essa é uma premiação de relevância internacional, que reúne lideranças políticas e empresariais dos países que compõem o BRICS, entre outros parceiros de grande potencial de cooperação. O objetivo do prêmio é motivar mais mulheres a participarem de atividades empreendedoras, com a perspectiva de expansão para o mercado desses países.

ASN: O movimento de fomentar a liderança feminina acontece no Brasil e no mundo. Como o empreendedorismo e o Sebrae contribuem para impulsionar essa causa?

O programa Sebrae Delas trabalha no apoio e fortalecimento da cultura empreendedora entre mulheres, promovendo ações presenciais e digitais para capacitar empreendedoras.

MC: O empreendedorismo, de fato, é uma poderosa ferramenta para a inclusão e o empoderamento feminino. As mulheres respondem por 33,9% do total de empreendedores no país e cerca de 30% da nossa base de clientes. No Sebrae, atuamos justamente para criar condições favoráveis, apoiar e abrir portas para que as mulheres ocupem espaços de protagonismo, inclusive, os que são majoritariamente ocupados pelos homens, como no segmento de inovação e tecnologia. Sem mulher, não tem criatividade, diversidade, inovação: e se não tem nada disso, também não tem empreendedorismo.

Entre as soluções oferecidas, temos trilhas de capacitação voltadas para segmentos específicos do empreendedorismo feminino e eventos presenciais de conexão e capacitação em todos os estados. Na área de tecnologia e inovação, as empresárias podem participar da trilha de capacitação Empreendedora Tech, voltada aos desafios e potencialidade que mulheres CEOs de startups e empresas de tecnologia enfrentam.

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ASN: O Brasil ainda está muito longe de resolver os gargalos que trazem desequilíbrio entre os gêneros na dinâmica do mercado de trabalho. Como mudar essa realidade?

Precisamos vencer esses desafios para que as empreendedoras tenham autonomia econômica e financeira.

MC: Infelizmente, sabemos que a cultura da rotina doméstica da forma como se dá hoje nos lares brasileiros massacra o potencial de muitas futuras empresárias e dificulta o crescimento de tantas empresas lideradas por mulheres. Dados do Sebrae apontam que 82% das mulheres empreendem por necessidade. Além disso, elas dedicam 17% menos horas no próprio negócio do que os homens, porque dedicam 10,5 horas por semana a mais com a chamada economia do cuidado – que inclui a atenção com a casa, os filhos e os idosos.

O Sebrae, além de esforços da própria instituição, investe na construção de políticas públicas que possam mudar a realidade de empresárias brasileiras. Junto com os ministérios das Mulheres e do Empreendedorismo, trabalhamos incansavelmente para isso. A estratégia “Elas Empreendem” veio para promover o empreendedorismo feminino como instrumento de inclusão social, econômica e de desenvolvimento.

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